pa | Der Geist Der Sachen |: junho 2006

22.6.06

Laputa

Mais uma obra do estúdio Ghibli.Confesso que esperava muito mais de Hayao Miyazaki. Devido a tanto se falar de suas obras, e de toda a fama do selo Ghibli. Desde criança ouço falar do homem, e só agora tenho a oportunidade de conhecer seu trabalho, e esperava mais... Não me entenda mal, o homem é mesmo um gênio, sou fã do velho, mas sejamos realistas...

Foi só eu que percebi que suas histórias sempre têm muitas coisas em comum entre elas? Uma constante que está em quase todas suas histórias, é uma princesa, e conseqüentemente um pobre rapaz salvador de princesas.

Peguemos Totoro (em breve aqui no blog). Eu simplesmente adorei, mas o que Totoro tem demais? Não conta uma história concreta, nada mais é do que um trecho da vida das pequenas garotinhas, que passaram por umas absurdas aventuras... É realmente uma história muito divertida, e muito simples por assim dizer... Ou um dos mais chatos animes de todos os tempos... Nausicaä. A princesa do povo pobre, e etc etc.

Mas vamos a Laputa.

Laputa é uma lenda. A lenda do castelo no céu, uma ilha voadora cheia de tesouros e de conhecimentos esquecidos e desconhecidos. Tecnologia incomparável a qualquer coisa na terra. Uma lenda que muitos tentaram desvendar, e ninguém voltou vivo...(Oooohhhhh!)
A história passa-se em torno de Sheeta, uma garotinha que herdou um colar que está em sua família há séculos. Um colar que o governo e piratas estão atrás, por ser feito de uma pedra muito rara, chamada de Levistone. Pouco se sabe sobre a levistone, a não ser que o povo de Laputa eram os únicos, a saber, como manuseá-las.O poder da levistone é mostrado logo no início do anime, quando Sheeta em uma tentativa de fuga de uma aeronave do governo, cai em meio às nuvens, prestes a se tornar molho de tomate, a pedra em seu colar começa a brilhar em um azul intenso, fazendo-a flutuar, caindo como uma pluma.

Acho que o segredo do velho Miyazaki está nos personagens. Todos muito cativantes, com sonhos e personalidades próprias e deveras marcantes. No caso de Laputa, podemos destacar a Mama Dora. Capitão do clã Dora de piratas, todos seus filhos. Miyazaki baseou-se na personalidade de sua própria mãe pra criar esse personagem. Depois de assistir o anime, você vai rir disso... As inspirações de Miyazaki não param por aí, as aeronaves foram baseadas nas idéias malucas de “20.000 Léguas Submarinas” de Júlio Verne. Se você ignorar o fato de que naves gigantescas possam ficar paradas no ar sem nenhuma hélice de tamanho igual ou equivalente rodando a cima da mesma, possa ser possível, você prestará mais atenção ao design, e o acharás fodiônico. E a vila foi realmente baseada em Wales, Miyazaki viajou até lá para buscar sua inspiração. Cara, como eu queria ver esses esboços...

Há também Pazu. O jovem e pobre mineiro que trabalha como um burro. Ele é o príncipe plebeu da história, seu sonho é construir uma aeronave pra chegar à Laputa, encontrar seus tesouros e lavar a honra do pai, que foi dado como mentiroso quando disse ter visto Laputa. Pazu vê em Sheeta sua chance de realizar esse sonho, porém acaba se envolvendo muito mais com Sheeta do que com Laputa... Moleque burro.

O anime segue muito bom, com cenários fodásticos, mantendo o segredo e o mistério de Laputa, piadas na medida certa, ação moderada e com direito até a um robô gigante quebrando tudo. Só começa a avacalhar no princípio do fim, levando cansativamente a um final bem fraco. Tem até aquele puta clichê de finais de animes, aquela maçante conversa filosófica entre vilão e herói... blerg.

Mesmo com essas pequenas avacalhações, Laputa é um anime mais que obrigatório. Ainda mais pra essa mulecada vidrada em porcarias como Dragon Ball, e “american animes”, pra verem o que é animação de verdade. A história é leve, mas vale a pena ser apreciada. As obras de Miyazaki são muito bem ambientadas, e totalmente envolventes. Pra não dizer apaixonantes e parecer meio gaúcho...

Dois tipos de download...

Por torrent aqui. Está divido em dois arquivos, com em média 690mb cada.

E via download normal, com resolução menor... Parte 1, Parte 2 . Total de 310mb.

Laputa tem 2 horas de duração, legendado em português.

Beijundas!

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David Gilmour - On An Island 2006


Ser nerd não é só gostar de quadrinhos, animes, desenhos e gastar todo seu talão de cheques em bonequinhos (shit!), nós nerds, adoramos música também! Mas veja bem, somos nerds movidos à cerveja, licor e vinho. Não nerds tapados que quando querem extravasar, tomam 1 litro de energético. E normalmente, gostamos de músicas que seres humanos comuns detestam.

Coisas como metal do capeta, ou sons do tipo que exigem sacrifício de virgens, etc. Ou ainda som progressivo. Sou suspeito, pois adoro o bom e velho psicodelismo. Jethro Tull, King Crimson, uma fase do Beatles, Som Nosso de Cada Dia, Deep Purple, Gentle Giant, entre outros. Formada por competentes músicos malucos, o Pink conquistou e continua conquistando décadas inteiras, com sons de vanguarda, totalmente à frente de seu tempo. Desde minha mãe que curte algumas coisas em seus 53 anos, meu irmão de 33, eu de 21 e até minha sobrinha de 12.


O som que todo fdp gosta é The Wall, mas sinceramente, é uma das mais fraquinhas. Fizeram muito som bom de 1965 pra cá, data que se conheceram. David Gilmour, Richard Wright, Nick Mason, Roger Waters, e o mais doido de todos, Syd Barret. Por causa desse maluco que todos se juntaram. Dave conhecia Syd, pois dava aulas de guitarra a ele, e Syd conhecia Roger, Nick e Rick da faculdade e já faziam som juntos. Syd mesmo tendo participado apenas do primeiro disco, The Piper At The Gates Of Dawn, de 1967, ele foi o cabeça de tudo, ele tomava mais drogas que todos, tinha mais e melhores idéias que todo mundo. Em outras palavras, ele era a metralhadora do Rambo, os palavrões do reverendo Jesse Custer, o empresário dos The Beatles, o bigode de Chuck Norris. Diabos, ele é o cara que chutaria a bunda do Chuck Norris!

Desde a separação em 1983 depois do disco
The Final Cut, muita coisa aconteceu. Alguns álbuns solos passeiam por aí. Um mais desconhecido e mais difícil de achar que o outro. Dave e Roger foram os que mais lançaram discos, mas como meu post é sobre o Dave, vou parar de enrolar causa que já falei demais.

Em 1978, Gilmour fez seu primeiro álbum solo, com seu nome como título do álbum (baixe aqui), em 1984 lançou About a Face (baixe aqui), e em 2003 lançou o DVD David Gilmour In Concert (baixe aqui em mp3), destaque para Je Crois Entendre Encore. E agora para minha grata surpresa, o velhinho sessentão lança um disco novo!

On An Island.

Bem calmo por sinal, e feito nos mesmos moldes de Division Bell, com letras de sua amada Polly Samson.(Division Bell é assinado como Pink Floyd, mas a maioria das músicas são de Gilmour e Samson.) Em comparação com o In Concert e Division Bell, fica muito atrás, aliás, comparado a qualquer coisa outrora lançado, mas mesmo assim está ótimo, um caminho diferente, porém não menos proveitoso. The Blue é ótima, This Heaven deliciosa e Smile que até então só aparecera no In Concert, é o auge do álbum. Division Bell, é um de meus discos preferidos, pra se ter idéia de como é bom, assista esse vídeo.

Em suma, eu simplesmente adorei On An Island, só por ser coisa nova do Dave já tinha gostado mesmo antes de ouvir. Há, sou pirado e daí? É um disco delicioso pra se admirar, descobrir novos sons, criar imagens enquanto se ouve, lembrar de alguém naqueles momentos de viadagem, e também é ótimo pra viajar.

De Pink Floyd não tem nada, e quer saber? Podia até ser melhor, mas está ótimo.
Como o de costume, o link está na última imagem.

O link acima é pro álbum de estúdio, e esse é de um show ao vivo, a senha é: london. E esse, é de um video muito foda, uma jam em estúdio.

Beijundas!

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